terça-feira, 31 de julho de 2012

O Brasil que perde a cabeça

São inúmeros os fracassos de atletas brasileiros favoritos numa Olimpíada. Só em Londres 2012 podemos colocar dois bons exemplos. O ginasta Diego Hipólito, apesar de não estar cotado como medalhista, admitiu que "amarelou" na prova de solo. E não foi a primeira vez. Sua irmã, Daniele sentiu o golpe familiar e cometeu o mesmo erro.



Nesta terça, o judoca Leandro Guilheiro, primeiro colocado do ranking mundial na sua categoria, ficou fora da disputa por medalhas. Os dois últimos combates foram decepcionantes. Parecia apático em plena Olimpíada, algo inaceitável. Em entrevista, argumentou que seus adversários o estudaram muito, o que é bastante previsível. Foi anulado e não conseguiu se impor. Será que fez uma preparação mental adequada?



Há tempos defendo a tese de que o esporte não é só físico e técnica. Tem que ter um preparo psicológico profundo, ainda mais para os favoritos que têm que lidar com a pressão da vitória. Parece que o brasileiro prefere ser a zebra e surpreender. Os atletas orientais, por exemplo, não tem tantos problemas com a fama ou favoritismo. Óbvio que a comparação parece até desleal já que há um componente cultural. No Brasil sobram e brotam talentos, mesmo sem uma política de base. Sobra improviso. É tudo na base da raça. Os cartolas esportivos precisam olhar para nossos atletas um sob outro prisma. Diz o velho ditado: "quem não tem cabeça, padece".



Vem aí uma Olimpíada em casa. Já pensou o tamanho da pressão? Tomara que o amarelo seja apenas simbólico, como uma das cores da nossa bandeira.

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