terça-feira, 29 de outubro de 2013

Diego Costa acertou em escolher a Espanha

Na minha visão, pelo que li a respeito da história do Diego Costa, ele acertou em escolher as cores da Espanha, em detrimento ao Brasil. Não podemos julgá-lo por não querer o time de Felipão. Não podemos olhar com uma visão patriota sobre o assunto. Essa decisão é muito pessoal, e precisaria ter vivido o que ele viveu, e entender sua escolha pra fazer uma análise sensata.



Pra começar, pouca gente aqui no Brasil o conhece. E não é pra menos. Ganhou destaque somente nesta última temporada ao se transformar no goleador do Atlético de Madrid, que vive ótima fase. Sua missão não era fácil, afinal de contas substituir o artilheiro colombiano Falcão Garcia não é pra qualquer um. Temos que ponderar ainda que Diego Costa, de 25 anos, jamais atuou por um clube brasileiro, profissionalmente. O sergipano da cidade de Lagarto deixou o país muito jovem e começou atuando pelo Sporting de Braga. Ainda em Portugal, jogou com a camisa do simpático e pequeno Penafiel.



Partiu pra Espanha em 2007 pra jogar no Atlético de Madrid mas foi emprestado diversas vezes para: Celta, Albacete, Valladolid e Rayo Vallecano. Ou seja, um andarilho, apesar de jovem. O futebol espanhol o acolheu há muito tempo. Vestiu a camisa da Seleção Brasileira por míseros 31 minutos, num amistoso.



Não duvido da sua qualidade técnica, no entanto não creio que seja um craque a ser disputado "a tapa" pelo trágico presidente da CBF, José Maria Marin. O mandatário do futebol brasileiro não se conforma com a opção pela atual campeã mundial, afinal de contas está acostumado com a soberba de quem é cercado de uma série de puxa-sacos.


segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Aloísio conquista torcida tricolor

Num ano marcado por decepções até o momento, somente um jogador raçudo pode conquistar uma torcida. Este é Aloísio, carinhosamente apelidado pela torcida do Figueirense em 2011 de Boi Bandido. É o atleta que mais atuou com a camisa do São Paulo na temporada - 62 jogos. Passou por momentos difíceis, assim como sua equipe, mas nunca desistiu. Pelo contrário, persistiu, seja com Ney Franco, Paulo Autuori ou Muricy Ramalho.



Luis Fabiano, ídolo da torcida, é o artilheiro do São Paulo no ano com 21 gols em 43 jogos. Aloísio fez 20, e tem uma média inferior de gols. Mas o atual titular marcou 6 vezes nas últimas 6 partidas, inclusive com direito a tripleta contra o Inter, em Caxias do Sul. Enquanto Luis Fabiano parece desanimado com a sequência de contusões e por não ter mais tido oportunidades na seleção, Aloísio encara cada confronto como se fosse um prato de comida. Isso é o bastante para os torcedores.



Óbvio que os dois podem jogar juntos, e isso deve acontecer em breve, assim que Fabigol estiver bem fisicamente. Muricy tem planos para a dupla, especialmente na Copa Sul-Americana, onde existe a brecha da sonhada classificação pra Libertadores de 2014. Isso sem contar na possibilidade do bicampeonato da competição, fato que poderá resgatar um pouco da auto-estima do clube. Esse caminho não está tão complicado.



Aos 25 anos, Aloísio, o Boi Bandido, que comemora seus gols com perigosas voadoras, está em ótima fase, e confiante. Sua dedicação em campo tem que ser referência a outros jogadores do elenco, principalmente pra Luis Fabiano.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Goleiros quarentões que não engolem pato

A noite passada foi daquelas. Futebol pra todos os gostos, times e torcidas. A favor, ou contra, a diversão foi garantida. Mas foi a noite dos goleiros quarentões: Dida e Rogério Ceni. Em Porto Alegre, Dida foi o herói gremista, e o Alexandre foi o pato corintiano. Num confronto de poucas oportunidades, e mais um placar em branco do time do paulista na temporada, coube ao ex-goleiro corintiano classificar sua equipe para as semifinais da Copa do Brasil. Cabe uma observação sobre o Emerson Sheik, agora conhecido como Selinho - esse jogador, claramente, perdeu o foco na sua equipe, e sua expulsão foi ridícula. É outro candidato a deixar o clube na virada de ano.



O Alexandre, gremista quando garoto (foto), colorado quando surgiu para o futebol com potencial fenomenal, assinou sua rescisão com a exigente torcida corintiana. Não há mais clima e nunca houve o comprometimento do jogador no nível que se exige. É inadmissível esse tipo de cobrança, num momento tão decisivo, numa partida tão importante que poderia valer a participação na Libertadores, em 2014. O prejuízo é incalculável, em todos os aspectos. Pior que a cobrança foi a alegação de que o jogador treinava essa cavadinha ridícula. Se isso for verdade, o Tite também tem sua responsabilidade. Afinal de contas, à sua frente estava o Dida, um dos maiores pegadores de pênalti da história do futebol brasileiro, antigo companheiro de Milan, e um goleiro que sempre primou por não querer adivinhar o canto e se deslocar antes da batida do adversário. Foi pato demais. Ou seja, tudo errado para o Corinthians, tudo certo para o Grêmio que avança na competição.



Outro goleiro quarentão, crucificado por parte da imprensa e pela própria torcida por perder pênaltis, em sequência, salvou o São Paulo da eliminação da Copa Sul-Americana, no Chile. Rogério Ceni, que já foi alvo de piadas do próprio Alexandre Pato, fez uma de suas melhores partidas com a camisa tricolor. Fez defesas sensacionais contra o bom time do Universidad Católica, que bombardeou o gol tricolor durante todo o jogo. Ceni defendia, e Aloísio resolvia na frente. A Liberadores ainda está no sonho da torcida e do clube, apesar da medíocre campanha no Brasileirão.




terça-feira, 22 de outubro de 2013

O grande truque de Valdívia

Parto do princípio que o apelido de "Mago" ao meia chileno do Palmeiras sempre foi um exagero. Por mais que demonstre talento e habilidade, Valdívia não pode ser considerado um craque. Um bom jogador e ponto. Talvez, o carisma entre os pequenos palmeirenses seja a explicação. Porém, os números não podem ser desmentidos, nem com magia. Nesta temporada, a equipe alviverde realizou 61 jogos, até agora. Destes, o camisa 10 jogou os 90 minutos em somente 7 oportunidades. Participou de 23 partidas, ou seja, 37% dos compromissos. No total pelo clube em seis temporadas são 198 jogos, com 37 gols, e dois títulos.



Pra quem tem um dos maiores salários do elenco é muito pouco. O chamado custo/benefício nem se discute mais. Tanto é verdade que os dirigentes palmeirenses já tentaram negociar o jogador mais de uma vez, e não conseguiram. Dificilmente outro clube, ainda mais brasileiro, vai pagar um salário compatível com o que o chileno recebe atualmente. Os investidores não vão recuperar os milhões investidos na volta do atleta ao Palmeiras. Sem mercado, e por este aspecto, pode até ser que Valdívia "jogue"o centenário pelo clube.



Essas sequências de contusões, ou dores, sempre foram muito complicadas de serem explicadas, ou compreendidas, ou engolidas. Nos bastidores há quem duvide da veracidade de todas elas. Os comandantes do futebol palmeirense Paulo Nobre, José Carlos Brunoro e Gílson Kleina estão de olho. Recentemente, ficou a impressão de que a seleção chilena que vai disputar a Copa aqui no Brasil passou a ser a prioridade máxima do jogador.


Se for pra jogar somente algumas partidas é muito melhor trazer o veterano Alex do Coritiba de volta. Nos bom tempos de grandes conquistas o Palmeiras já teve com a camisa 10: Ademir da Guia, Djalminha, Rivaldo e o próprio Alex.



O encanto está no final, apesar do contrato entre as partes estar firmado até 2015. Este talvez seja o grande truque do "Mago" Valdívia.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Telê Santana ficaria horrorizado

Não é novidade pra ninguém o baixo nível técnico desta edição do Campeonato Brasileiro. O Mestre Telê Santana ficaria horrorizado. Jogadores profissionais de poucos recursos técnicos e a falta de qualidade em vários fundamentos básicos são constatados jogo a jogo, lance a lance, inclusive em titulares de grandes equipes. Na bela Arena Fonte Nova, por exemplo, foi um festival de horror. Não preciso sequer das estatísticas de Bahia 0 x 1 São Paulo. Foi um festival de passes errados, cruzamentos ridículos, caneladas, chutes tortos, etc. E não foi apenas nesta partida. Tem sido uma constante.


Não precisa ser craque pra se destacar neste Brasileirão. Basta errar pouco. Não precisa ser jovem, ou estar no peso ideal. Prestem atenção na tabela de artilheiros. Os principais goleadores do momento são: Éderson (Atlético/PR) com 15 gols, seguido de William (Ponte) e Gilberto (Portuguesa) com 14, Fernandão (Bahia) e Hernane (Flamengo) com 13, e o gorducho Walter (Goiás) com 12 gols, uma atração à parte. Tem algum craque nessa artilharia? Não!

Já na década de 90, Telê Santana não disfarçava sua insatisfação com jogadores que subiam aos profissionais com dificuldades de fundamento. Cafu, Catê, Pavão, e André Luiz que o digam. Ficavam horas treinando cruzamentos. Enquanto isso, Valdir Joaquim de Moraes ensinava os goleiros Zetti e Rogério Ceni como bater na bola, e fazer uma boa reposição. Tempo perdido com um aprimoramento que deveria subir junto com os jogadores.



A verdade é que, de uma maneira geral, os técnicos que comandam os garotos também se preocupam com os resultados em si. As cobranças vêm de cima. Os clubes têm muita culpa,e a maior delas. Não cuidam como deveriam das suas bases, ou seja, não implantam uma filosofia de aprendizado e aprimoramento destes garotos que serão futuros jogadores profissionais e os representarão.

O mercado não está pra peixe, ou pra craque. O Brasil, que sempre primou por revelar grandes talentos, não é mais o mesmo. A fábrica está secando e o futebol brasileiro está sofrendo.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Tite no limite

Desta vez não foi um 0 a 0, placar mais constante do Corinthians no Brasileirão. Foi pior. Uma derrota por 1 a 0. Em condições normais, seria um resultado aceitável perder do Grêmio em Porto Alegre, tricolor gaúcho que luta pelo vice-campeonato, e pela vaga direta à Libertadores - o título já é do Cruzeiro. Não é pelo resultado na última quarta em si. É a péssima campanha na competição. O chamado conjunto da obra. No returno, por exemplo, o Timão está atrás do Náutico (nos critérios de desempate) que já largou o campeonato faz tempo, e somente a frente do Coritiba que rola ladeira abaixo de forma impressionante. Ainda sobre os números do Corinthians no Brasileirão foram apenas 22 gols em 29 jogos, sendo 3 gols nos últimos 10 jogos.

Uma campanha pífia pra quem era um dos grandes favoritos ao título, atual campeão mundial, e referência nos últimos anos no futebol brasileiro. O que está acontecendo? A simples saída do ótimo Paulinho destruiu o time? Creio que não. A defesa continua segurando as pontas e os pontos do clube. Falta criação, finalização e até disposição de alguns jogadores. Parecem acomodados com as últimas conquistas. Com todo respeito, o Douglas não pode ser o cérebro das armações, muito menos o capitão.



Será que o Tite está perdendo o comando sobre os jogadores? Essa era uma de suas marcas registradas nas campanhas vitoriosas. Tinha plena ascendência sobre o grupo e extraia o máximo de cada jogador. Dá pra perceber que isso não ocorre mais. O esquema tático é o mesmo e pode estar manjado. Aliás, mesmo nos melhores momentos do Corinthians, muitos corintianos torciam o nariz pela filosofia tática do Tite que privilegia a marcação e o equilíbrio, jamais o futebol ofensivo. E agora clamam a sua saída. Não é só culpa do técnico. Muitos atletas perderam o foco, inclusive o Emerson "selinho". Mas a cultura do futebol brasileiro não perdoa os treinadores. Sempre vai sobrar pra eles.



A verdade é que ainda resta a Copa do Brasil, cujo próximo desafio será o mesmo Grêmio, que neste momento leva o favoritismo no duelo. Se conseguir passar pelo tricolor gaúcho e avançar, Tite terá uma sobrevida. Caso contrário, com a sombra de Mano Menezes no mercado, pode até não terminar seu contrato que vai apenas até o final deste ano.

terça-feira, 15 de outubro de 2013

Roteiro e amistoso inúteis para a Seleção

Nem o próprio Luis Felipe Scolari concordou com essa mini-excursão à Ásia. "As pessoas que comandam esses jogos, principalmente a empresa que detém o direito dos jogos, deve pensar na parte técnica", alfinetou o técnico brasileiro após a viagem de ida. Parte técnica que não pôde ser avaliada como deveria, especialmente no jogo de hoje contra a inexpressiva Zâmbia, 71ª colocada no ranking da Fifa. A vitória por apenas 2 a 0 não representa nada.

O time que saiu jogando tinha como novidades: Diego Cavalieri, Dedé, Lucas Leiva, Lucas e Alexandre Pato. Ainda entrou o zagueiro Henrique. Esses jogadores que ainda sonham com uma vaga no grupo da Copa não devem ser avaliados nem para o bem, nem para o mal. Não é enfrentando este tipo de adversário que a Seleção vai se preparar adequadamente para o Mundial. É óbvio que a empresa saudita ISE citada por Felipão, detentora dos direitos sobre os amistosos, não está nem aí para a parte técnica ou logística. Quer saber apenas de faturar, assim como a CBF.

Enquanto houver esse tipo de filosofia capitalista em cima das tradições e conquistas da Seleção Brasileira o resultado poderá ser decepcionante. Há de se mudar essa mentalidade na entidade que dirige o futebol tupiniquim. Quem sabe um dia...


segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Violência volta pra dentro estádios

Como se não bastasse o baixo nível técnico dos jogadores e árbitros no Brasileirão 2013, o ponto mais negativo da competição é o aumento significativo da violência dentro dos estádios. Segundo o jornalista Rodrigo Mattos, 17 das 20 torcidas dos times que disputam a Série A já se envolveram em confusões, o que pode ser conferido aqui.

O clássico que não teve nada de Majestoso no Morumbi virou uma tremenda batalha entre torcedores do São Paulo e a Polícia Militar nas arquibancadas. Um show de terror. Pais tentando defender seus filhos e apanhando, trogloditas da Independente agredindo policiais, etc (Foto: Miguel Schincariol/Lance!Press). Por sinal, essas crianças dificilmente terão vontade de voltar aos estádios. Prejuízo certo para os clubes envolvidos. Clubes que poderiam ajudar na identificação desses vândalos e bandidos - basta um mínimo de boa vontade com toda a tecnologia disponível. E mais: já que a Justiça brasileira é frouxa os clubes poderiam processar esses torcedores até porque com toda a pressão que existe nesta segunda-feira, o STJD vai pegar pesado. E tem que pegar mesmo. Chega dessa conivência dos cartolas com as torcidas ditas organizadas. Rabo preso é que não falta neste país.


Após a terrível década de 90 onde aconteceram diversas tragédias dentro dos estádios brasileiros, a violência entre os torcedores era detectada em estações de transportes coletivos e nas periferias de São Paulo. Mas agora, às vésperas da Copa do Mundo, e até nas novas arenas, num ano marcado por protestos, a violência volta pra dentro dos estádios. Tem que haver uma mobilização geral pelo bem da vida e do futebol. Não podemos compactuar com esse terrorismo que assola o Brasil, em todos os setores, inclusive no esporte que deveria ser apenas diversão e entretenimento.