domingo, 25 de maio de 2008

O adeus de Guga


Que me desculpem os aficionados por futebol, porque eu sou fanático por tênis, também. E este domingo, 25 de maio de 2008, é um dia histórico para o esporte mundial. Foi o adeus definitivo de Gustavo Kuerten, um dos maiores jogadores da história e um dos maiores ídolos do esporte brasileiro ao lado de Pelé, Maria Estér Bueno, Ademar Ferreira da Silva e Ayrton Senna.

Por tudo isto, acordei mais cedo, cheguei à ESPN Brasil e tudo que acontecer hoje no plano esportivo será secundário. Quero aqui render minha singela homenagem ao “Manezinho da Ilha” que nos deu tantas alegrias e orgulho. Resultado de seu próprio esforço, da sua dedicação, do seu carisma, da sua simpatia e da sua competência. Sim, porque aqui no Brasil estes extra-série são abençoados pelo próprio dom e não contam com nenhum apoio organizacional das Federações esportivas. Kuerten cercou-se de seus familiares, alguns poucos amigos e Larry Passos, seu mentor, pai e treinador.

Foram 20 títulos individuais e mais 20 de duplas, sendo um dos poucos tri campeões de Roland Garros, campeão da Masters Cup, diversos Master Series e vitórias históricas sobre tenistas do quilate de: Pete Sampras, André Agassi, Marat Safin, Lleyton Hewitt, Patrick Rafter, Yevgeny Kafelnikov, Roger Federer, Felix Mantilla e Marcelo Rios, entre outros. Foi número 1 do mundo por 43 semanas a partir do final do ano 2000, dono de uma invejável e indefensável esquerda, alternada em paralela e cruzada, que causada grandes estragos nos seus adversários. Do piso favorito de saibro, evoluiu de tal forma que conquistou torneios importantes em quadras rápidas. E aprendeu a sacar muito bem, por sinal. E não podemos nos esquecer de como Guga carregou o time brasileiro nas costas na Copa Davis. Suou sangue!

Com seu surgimento, o brasileiro, sempre fanático por futebol, passou a entender um pouco de tênis. Substituiu à altura Ayrton Senna no coração do povo brasileiro. Uma pena que a Confederação Brasileira de Tênis não aproveitou seu auge para se reorganizar e criar uma estrutura capaz de produzir outros “Gugas”. E mais triste ainda é saber que as duas cirurgias no quadril abreviaram sua aposentadoria.

Outros detalhes que fazem Gustavo Kuerten querido em todo o planeta, e referência para as crianças e jovens são: ser espontâneo e tratar os fãs com muita simplicidade e sabedoria. Como se não bastasse, ainda tem a Fundação Gustavo Kuerten capaz de ajudar milhares de crianças necessitadas, projeto que é tocado por Dona Alice, sua querida mãe. Não podemos esquecer de seus irmãos que o inspiraram – Rafael e Guilherme. A perda do irmão e do pai, este ainda quando era criança, foram marcantes na vida de Kuerten.

Quero dizer que estou aqui na ESPN Brasil, assistindo a partida que está no 2º set (Mathieu venceu o primeiro por 6/3), acompanhando a transmissão de João Palomino e Paulo Cleto, emocionado, porém me divertindo e escrevendo esta coluna. O que menos me preocupa é o resultado final desta partida. A despedida é apenas simbólica na sagrada quadra central, lotada e repleta de estrelas do tênis em todos os tempos, ovacionando o brasileiro. A França, soube melhor que o Brasil, respeitar o Guga com um dos maiores ídolos do tênis.

Valeu Guga!

Um comentário:

Congregacao Mariana Capuchinhos disse...

Di Lallo,eu vi a partida depois da corrida de Monaco. Foi emocionante e queria muito que o Guga ganhasse apesar das limitações físicas. Acompanho o Guga desde 1997 e ele é demais! Beijo grande,Anninha