sexta-feira, 18 de abril de 2008

Rivalidade perigosa


O clássico choque-rei, Palmeiras x São Paulo, que neste domingo vai definir um finalista do Paulistão 2008, é sem dúvida o de maior rivalidade do futebol paulista, especialmente nos bastidores. A chamada "guerra fria", fora de campo, entre dirigentes, conselheiros e torcedores é impressionante.


Os mais antigos torcedores destas equipes se odeiam, literalmente. Os palmeirenses reclamam da postura política sãopaulina na época da Segunda Guerra Mundial, quando o Palestra Itália foi forçado a mudar de nome, não de identidade, às vésperas de uma decisão contra o próprio São Paulo no Paulistão de 1942. Houve até uma tentativa, que teria sido tramada nos bastidores, de tomar o estádio do Parque Antártica, fato impedido pela ação de torcedores palestrinos e simpatizantes. Desde então, esta rivalidade aflorou-se de uma forma bastante perigosa.


Toda vez em que se enfrentam num jogo decisivo, há uma série de declarações inoportunas dos dois lados, algumas irresponsáveis, que colocam em risco aqueles que só querem assistir uma partida de futebol. O fato do segundo jogo ser realizado no estádio Palestra Itália não é o principal causador de prováveis confrontos de torcedores. O mau exemplo vem de cima. Os dirigentes Marco Aurélio Cunha e Toninho Cecílio acirraram ainda mais o ódio entre os torcedores rivais.


O clima está pesado e preocupante. Tomara que a polícia, cuja obrigação é oferecer segurança à população, faça a sua parte sem maiores problemas. Toda a cercania que envolve o estádio palmeirense tem que ser vigiada, incluindo o novo Bourbon Shopping Pompéia, onde famílias que não tem o menor interesse no que vai acontecer ao lado, querem passear e um pouco de sossego.


Parte da própria imprensa gosta de alimentar estas rivalidades, sugerindo que este aspecto é positivo e faz bem ao futebol. Não concordo muito. Penso que algumas matérias veiculadas nos diversos meios de comunicação são desnecessárias e não oferecem conteúdo jornalístico. Somente polêmica! E na TV aberta, a repetição exaustiva de imagens de confusões e brigas é quase uma irresponsabilidade.


Perguntas que não se calam:


- Por que não buscar os gols que fizeram a linda história do choque-rei, dentro de campo?


- Por que não convidar os ex-craques das equipes para contarem os bons momentos do clássico?


- Por que não tentar promover a paz entre as torcidas com promoções e prêmios?


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